quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃO

INTRODUÇÃO

Dentro da Ordem de Salvação encontramos frequentemente o homem salvo em um estado de passividade, ou seja, sofrendo a ação direta do livramento eterno de Deus. Porém em alguns estágios desta ordem, pode-se perceber que o homem é mais do que um simples receptáculo que constantemente sofre a ação divina, mas que também realiza algumas ações, que são características próprias daqueles que são escolhidos para a salvação. E a santificação é um desses estágios.
Para Geisler (2010), a santificação é o segundo estagio da ordem de salvação e é a libertação do poder do pecado, ou seja, é livrar-se do domínio influenciador causado pelo pecado na vida de todo e qualquer ser humano regenerado. Ele também nos apresenta três áreas de vitórias sobre o pecado que o homem pode alcançar:

(1) Vitória sobre o mundo (I Jo 5.4)
(2) Vitória sobre a carne (Rm 7. 24-25)
(3) Vitória sobre o diabo (Tg. 4-7)
Sendo que, estas vitórias não são plenas, pois, o pecado ainda habita em nós.

DEFINIÇÃO DE TERMOS

TERMOS BIBLICOS PARA SANTIFICAÇÃO

I. SANTO.

Chafer (2003), diz que a palavra “Santo, com suas várias formas” aparece aproximadamente 400 vezes no Antigo Testamento e 12 em relação aos crentes do Novo Testamento, ela refere-se “ao estado de ser separado, ou de ser colocado à parte, daquilo que não é santo. Relata ainda que, Cristo era ‘santo, inculpável, imaculado, separado dos pecadores’. Assim Ele era santificado.” Já em relação a “O substantivo adjetivado ‘santo’, usado a respeito de Israel (...) e dos crentes (...), é aplicado somente a pessoas vivas e se relaciona somente à posição deles na avaliação de Deus. Ele nunca está associado com qualidade da vida diária deles. Eles são santos em razão de serem particularmente classificados e separados no plano e propósito de Deus. Por serem santificados assim, eles são santos.”

II. SANTIFICAR.

Palavra que é usada no Antigo Testamento 106 vezes e no Novo Testamento 31 vezes, tem como significado “colocar á parte”. “Ela indica a classificação em assunto de posição e relacionamento. A base da classificação é usualmente a de que a pessoa (ou coisa) santificada foi colocada à parte, ou separada, de outras em sua posição e relacionamento perante Deus, isto é, separada daquilo que não é santo. Este é o significado geral da palavra.”
Definição de Santificação
Santificação é uma obra divina, na qual o homem regenerado coopera, para que ele possa ser cada vez mais conformado a imagem de Cristo nesta vida terrena.
Sabemos, portanto, que há alguns teólogos que não concordam com o fato de que o homem possa cooperar com Deus em relação à santificação, “Entretanto, se expusermos claramente a natureza do papel de Deus e do nosso papel na santificação, não parece impróprio dizer que Deus e o homem cooperam na santificação”.

Α Doutrina da Santificação na História

1. ANTES DA REFORMA.

Desde o inicio, a preocupação da igreja com o dogma da santificação girava em torno de três princípios fundamentais, são eles:
I. A relação da graça de Deus na santificação com a fé
II. A relação da santificação com a justificação
III. O nível da santificação nesta existência

Berkhof (2009. Pg. 486/87), relata que “Os escritos dos chamados primeiros Pais da Igreja contêm muito pouca coisa a respeito da doutrina da santificação”. Também nos afirma que “Agostinho foi o primeiro a desenvolver ideias um tanto definidas de santificação e as suas opiniões tiveram determinante influência sobre a Igreja da Idade Média”, e que seus ensinos “frutificaram na teologia da Idade Média, que se vê em sua elaboração mais desenvolvida nos escritos de Tomaz de Aquino”. E neles não havia uma distinção clara entre “a justificação e a santificação”. Para eles a “graça é uma espécie de donum superadditum (dom superádito), pelo qual a alma é elevada a novo nível ou a uma ordem superior do ser, e é capacitada a cumprir o seu destino celestial de conhecer, possuir e fruir a Deus”.

2. DEPOIS DA REFORMA.

Na época da reforma havia uma clara distinção entre santificação e justificação, pois, os reformadores consideravam a justificação como “um ato legal da graça divina” pelo qual o homem era afetado judicialmente. Em quanto que a santificação era vista “como uma obra moral ou recriadora, mudando a natureza interior do homem” . Mesmo fazendo tal distinção os reformadores também afirmavam a relação entre ambas. Mesmo “convictos de que o homem é justificado somente pela fé (...)”, ela “é imediatamente seguida pela santificação, visto que Deus envia o Espírito de Seu Filho aos corações dos que Lhe pertencem, tão logo são justificados, e esse Espírito é o Espírito de santificação” . Para eles a santificação não era vista apenas como uma “essência sobrenatural infusa no homem através dos sacramentos, mas como uma sobrenatural e graciosa obra do Espírito Santo, primariamente mediante a Palavra, e secundariamente mediante os sacramentos, pela qual Ele nos livra mais e mais do poder do pecado e nos habilita a praticar boas obras” . Já Wesley não fazia distinção entre a justificação e a santificação, pois, falava de uma separação virtual entre elas “e falava da santificação completa como um segundo dom da graça, seguindo-se ao primeiro, a justificação pela fé, após um período mais curto ou mais longo” .
Para Berkhof “a santificação deixou de ser considerada como uma obra sobrenatural do Espírito Santo na renovação dos pecadores, e foi rebaixada ao nível de um simples melhoramento moral obtido pelos poderes naturais do homem” com a “influência do Racionalismo e do moralismo de Kant” (Pg. 488). E nos diz que “Em grande parte da teologia liberal moderna, a santificação consiste apenas na sempre crescente redenção do ser inferior do homem mediante o domínio do seu ser superior” (Pg. 488).

DIFERENÇA ENTRE A JUSTIFICAÇÃO E A SANTIFICAÇÃO
Grudem (1999 Pg. 622) nos apresenta uma tabela simples, mas bastante eficaz em relação a essa comparação, vejamos:
Justificação Santificação
Posição legal Condição interna
De uma vez por todas Continua por toda a vida
Obra inteiramente de Deus Nós cooperamos
Perfeita nesta vida Não perfeita nesta vida
A mesma em todos os Cristãos Maior em alguns do que em outros

Esta lista serve para que vejamos o quanto à santificação pode ser também desenvolvida pelo homem nesta vida, e quão importante ela é para a vida do cristão, pois, ele deve sempre buscar desenvolver esta santificação de forma a agradar a Deus, pois este é um desejo do Senhor nosso Deus para nós: “Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Levítico 20:7. Ênfase nossa).

OS TRÊS ESTÁGIOS DA SANTIFICAÇÃO

1. A santificação tem um começo definido na regeneração.
A santificação tem um começo? Como podemos averiguar este início na vida de um cristão?
Para respondermos a estas perguntas devemos entender que, como a santificação é um estágio da salvação, ela deve ter inicio em algum momento na vida de um homem regenerado. Mas, quando isso realmente acontece? Grudem nos diz que ela acontece no momento da nossa regeneração, vejamos:

Uma mudança moral definida ocorre em nossa vida no momento da regeneração, porque Paulo fala sobre “o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3.5). Uma vez nascidos de novo não podemos continuar pecando como um hábito ou como um padrão de vida (1Jo 3.9), porque o poder da nova vida espiritual em nós impede-nos de render-nos a uma vida de pecados.



Ele também diz que: “Essa mudança moral é o primeiro estágio na santificação” (Pg. 623), e que “Esse passo inicial da santificação envolve uma ruptura definitiva com o poder preponderante do pecado, bem como o amor ao pecado, para que o crente não mais seja regido nem dominado por ele e não mais ame o pecado” (Pg. 623).

2. A santificação aumenta por toda a vida.
Como a santificação tem início na nossa regeneração e se desenrola por toda a vida cristã, ela aparece em níveis diferentes em cada cristão que buscam se aproximar mais de Deus, pois...

Ainda que o Novo Testamento fale sobre um começo definido da santificação, também a vê como um processo que continua por toda nossa vida cristã. Geralmente esse é o sentido principal com que o termo santificação é usado na teologia sistemática e nas conversas cristãs de hoje. Embora Paulo diga que seus leitores foram libertados do pecado (Rm 6.18) e que estão “mortos para o pecado, mas vivos para Deus” (Rm 6.11), ele todavia reconhece que o pecado permanece na vida deles; por essa razão, aconselha-os a não deixá-lo reinar e a nem se renderem a ele (Rm 6.12-13) .

Se assim nos comportarmos, seremos cada vez mais semelhantes ao nosso Senhor Jesus Cristo, por isso, devemos ser “transformados, de glória em glória, na sua própria imagem” (2 Cr 3.18)
3. A santificação se completará na morte (em nossa alma) e quando o Senhor retornar (em nosso corpo).
Depois de convertidos, será que podemos pensar que somos santos em sua total plenitude? Grudem nos relata que não, porque para ele a nossa santificação não será completa em quanto estivermos neste corpo corruptível. Ele diz:

Por causa do pecado que ainda permanece em nosso coração, embora tendo-nos tornado cristãos (Rm 6.12-13; 1Jo 1.18), nossa santificação nunca se completará nesta vida. (...) Mas uma vez que morramos e estejamos com o Senhor, então nossa santificação se completa nesse sentido, porque nossa alma é libertada do pecado que habita em nós e é aperfeiçoada. (...) Entretanto, quando consideramos que a santificação envolve a pessoa toda, incluindo o nosso corpo (veja 2Co 7.1; 1Ts 5.23), então compreendemos que ela não se completará inteiramente antes que o Senhor retorne e ressuscitemos. Nós esperamos a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo do céu, quando ele “transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória” (Fp 3.21). É “na vinda” (1Co 15. 23) que seremos vivificados com corpo da ressurreição e então iremos levar conosco plenamente “a imagem do celestial” (1Co 15.49)

Para Strong (Pg. 1718), “A salvação é algo que pertence ao passado, ao presente, ao futuro”, pois para ele o “fato passado”, é a “justificação”; “o processo presente”, é a “santificação”; enquanto que a “consumação futura”, é a “redenção e glória”. Por tanto, ele diz que "Negativamente, a santificação consiste na remoção das consequências penais do pecado a partir da natureza moral; positivamente, na implantação e desenvolvimento de um novo princípio de vida”.

4. A santificação nunca se completará nesta vida.

Devemos ter em mente que a santificação plena nunca se concretizara nesta vida e deve ficar claro para nós que a santificação é algo futuro relacionado com a volta de Cristo, pois, quando olhamos para o que Paulo diz aos Efésios: “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (4:13), somos obrigados a crer que, só poderemos alcançar essa plenitude ou quando morrermos, ou quando Cristo voltar (Veja 1Co 15.53,54).


Porém, uma vez que tenhamos concluído que a santificação nunca será completada nesta vida, devemos exercitar nossa sabedoria e prudência pastorais no modo como usamos esta verdade. Baseando-se neste fato, alguns podem usá-lo para não se esforçar em busca da santidade nem para crescer na santificação – procedimento exatamente oposto a inúmeros mandamentos do Novo Testamento. (Grudem 1999. Pg 627)

Características da Santificação

Para falarmos sobre as características da santificação, traremos um resumo com suas referências bíblicas apresentadas por Strong em sua Teologia Sistemática (Págs. 1721-1730), são elas:

I. Santificação é obra de Deus. (1 Ts. 5.23)
II. É processo contínuo. (Fp. 1.6; 3,15; Cl 3.9,10; At. 2.47; 1Co 1.18; 2Co 2.15; 1Ts 2.12)
III. É distinto da regeneração como o desenvolvimento desde o nascimento, ou como o fortalecimento de uma santa disposição a partir da sua concessão original. (Ef. 4.15; 1Ts 3.12; 2 Pe 3.18; 1 Pe 1.23; 1Jo 3.9)
IV. A operação de Deus se revela na atividade inteligente e voluntária do crente e é acompanhada por ela na descoberta e mortificação dos desejos pecaminosos e na condução do ser inteiro à obediência a Cristo e conformidade com os padrões da sua palavra. (Jo 17.17; 2Co 10.5; Fp. 2.12,13; 1Pe 2.2; Jo 15.3; Ef 5.1; Cl 3.4)
V. A atuação através da qual Deus efetua a santificação no crente é a habitação do Espírito de Cristo. (Jo. 14.17,18; 15.3-5; Rm. 8.9,10; 1 Co. 1.2,30; 6.19; Gl. 5.16; Ef. 5.18; Cl. 1.27-29; 2 Tm 1.14)
VI. A causa mediata ou instrumental da santificação, como da justificação, é a fé. (At. 15.)
VII. O objeto desta fé é o próprio Cristo, como o cabeça dessa nova humanidade e a fonte da verdade e da vida para os que se uniram a ele. (2 Co. 3.18; Ef. 4.13; 1 Jo. 3.3)
VIII. Apesar de que a mais fraca fé justifica, o grau de santificação é medido pela força da fé cristã e pela persistência com que apreende a Cristo nas várias relações pelas quais, segundo as Escrituras, ele nos sustenta. (Mt. 9.29; Lc. 17.5; Rm. 12.2; 13.14; Ef. 4.24; 1 Tm. 4.7)
IX. Da falta de persistência no uso dos meios indicados para o desenvolvimento cristão – tais como a Palavra de Deus, a oração, a união com outros crentes e o esforço pessoal para a conversão dos ímpios – a santificação nem sempre prossegue em curso regular e ininterrupto e nunca se completa nesta vida. (Fp. 3.12; 1 Jo. 1.8)
X. A santificação tanto da alma como do corpo do crente completa-se na vida futura; a daquela na morte e a deste, na ressurreição. (Fp. 3.21; Cl. 3.4; Hb. 12.14,23; 1 Jo. 3.2; Ap. 14.5;Hb. 9.28; 1 Ts. 3.13; 5.23).


O Autor e os Meios da Santificação

Berkhof (Pg. 492), diz que “A santificação é obra do Deus triúno, mas é atribuída mais particularmente ao Espírito Santo na Escritura, (Rm 8.11; 15.16; 1Pe 1.2)”. Ele também nos relata que por mais que “o homem tenha o privilégio de cooperar com o Espírito de Deus, só pode fazê-lo em virtude das forças que o Espírito lhe comunica dia após dia”. Sendo assim, para ele “O desenvolvimento espiritual do homem não é uma realização humana, mas é obra da graça divina”. Portanto, “ O homem não merece crédito algum pela contribuição que lhe dá instrumentalmente”.
Tendo em vista a instrumentalidade que o Espírito Santo usa para que a santificação tenha lugar na nossa vida subconsciente, Berkhof nos apresenta três instrumentos utilizados pelo Espírito Santo:

1. A PALAVRA DE DEUS.

Em oposição à Igreja de Roma, deve-se afirmar que o principal meio usado pelo Espírito Santo é a Palavra de Deus. (...) Ela é útil para estimular a atividade espiritual apresentando motivos e incentivos, e nos dá direção para essa atividade por meio de proibições, exortações e exemplos, 1Pe 1.22; 2.2; 2Pe 1.4.

2. OS SACRAMENTOS.

Estes são os meios par excellence (por excelência), segundo a Igreja de Roma. Os Protestantes os consideram subordinados à Palavra de Deus, e às vezes falam deles até como "Palavra visível". Simbolizam e selam para nós as mesmas verdades que são expressas verbalmente na Palavra de Deus, e podem ser considerados como uma palavra em ação, contendo uma viva representação da verdade, que o Espírito Santo torna ocasião para santos exercícios. Eles não somente são subordinados à Palavra de Deus, mas também não podem existir sem ela, e, portanto, sempre são acompanhados por ela, Rm 6.3; 1Co 12.13; Tt 3.5; 1Pe 3.21.

3. DIREÇÃO PROVIDENCIAL.

As providências de Deus, quer favoráveis quer adversas, muitas vezes são poderosos meios de santificação. Em conexo com a operação do Espírito Santo mediante a Palavra, elas agem em nossos afetos naturais e, assim, frequentemente aprofundam a impressão da verdade religiosa e a acionam vigorosamente. Devemos ter em mente que a luz da revelação de Deus é necessária para a interpretação das Suas orientações providenciais, Sl 119.71 ; Rm 2.4; Hb 12.10.

Relação da Santificação com Outros Estágios da Ordo Salutis

Berkhof nos apresenta uma lista com três estágios da Ordo Salutis com a qual a Santificação está intimamente relacionada, são eles a Regeneração, a Justificação e a Fé.

1. COM A REGENERAÇÃO.

Ele diz que a regeneração é um estágio completo na vida do homem salvo, e ela é o princípio da santificação. A santificação por sua vez “se distingue da regeneração como o crescimento se distingue do nascimento, ou como o fortalecimento de uma santa disposição se distingue da comunicação original dela.”

2. COM A JUSTIFICAÇÃO.

Para berkhof (2009. Pg. 493) “A justificação é a base judicial da santificação”. Por isso “Deus tem direito de exigir de nós santidade no viver, mas, uma vez que não podemos ter bom êxito com esta santidade por nós mesmos, Ele gratuitamente a produz em nós, por intermédio do Espírito Santo, com base na justiça de Jesus Cristo, que nos é imputada na justificação”.

3. COM A FÉ.

Berkhof nos diz que, “A fé é a causa mediata ou instrumental da santificação, como também da justificação”. Pois, a fé “Nos une a Cristo e nos mantém em contato com Aquele que é a Cabeça da nova humanidade, a fonte da nova vida em nós, e também da nossa progressiva santificação, através da operação do Espírito Santo”. Portanto, devemos manter-nos no “constante exercício da fé, (...) para haver avanço no caminho da santidade”. Deste modo, devemos ter em mente que, “a mais fraca fé serve de meio para uma justificação perfeita, o grau de santificação é proporcional ao vigor da fé cristã e à persistência com que se apega a Cristo.”

DEUS E O HOMEM COOPERAM NA SANTIFICAÇÃO

Como já afirmamos inicialmente, Deus e o homem cooperam no processo santifacatório na vida de um homem regenerado, por isso demostraremos qual o papel de cada um nesse processo.
Não queremos dizer com isso que nós temos “papéis iguais na santificação ou que ambas as atuações são iguais, mas simplesmente que cooperamos com Deus de maneira condizente à nossa condição como criaturas de Deus. E pelo fato de as Escrituras enfatizarem o papel que desempenhamos na santificação. ...”
1. O papel de Deus na santificação.
Para Grudem , “a santificação é principalmente uma obra de Deus”. Por isso, Ele nos disciplina como seus filhos, “mostrando assim um pouco da maneira como ele nos santifica”. Ele nos relata ainda que Cristo “conquistou a nossa santificação para nós”, sendo nosso exemplo e autor e consumador da nossa fé (Hb 12.2). “Mas é especificamente o Espirito Santo quem atua dentro de nós para nos transformar e nos santificar, dando-nos maior santidade na vida”.


2. O nosso papel na santificação.

Na santificação nós desempenhamos dois papeis: o primeiro é passivo, onde vemos a nossa total dependência de Deus na nossa santificação, o segundo é o ativo, no qual empenhamos nossos esforços para satisfazer a Deus e caminharmos rumo a nossa santificação. Enquanto “passivos”, o papel “que desempenhamos na santificação é visto em textos que nos encorajam a confiar em Deus ou a orar pedindo que ele nos santifique...” (Rm 6.13, 19; 12.1), mas somo vistos como “ativos”, em textos tais como Romanos 8.13, onde devemos mortificar os feitos do nosso corpo, para que tenhamos vida. Neste texto Paulo diz que é pelo Espírito Santo que conseguimos mortificar a nossa carne, mas observe, que “Não é ao Espirito Santo que se ordena a mortificação dos feitos do corpo, mas sim aos cristãos!”
Portanto, é de extrema importância que sejamos passivos na confiança de que é Deus quem nos santifica e que sejamos ativos na busca dessa santificação diária. Pois, “Se negligenciarmos o esforço ativo de obedecer a Deus, tornamo-nos cristãos passivos, indolentes. Se negligenciarmos o papel passivo de confiar em Deus e de nos oferecer a ele, tornamo-nos orgulhosos e excessivamente confiante em nós mesmos”.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, 2003.
GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2010
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999.
HODGE, Charles. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, 2001

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