segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A supremacia de Cristo: Cristo é Superior aos anjos Hb 1.1-14

Alvo desta Mensagem

I. Levá-los a entender que Jesus é superior aos anjos e que eles são mensageiros de Deus;
II. Fazê-los reconhecer que Jesus é o perfeito Filho de Deus e único Mediador entre Deus e os homens;
III. Conscientiza-los para adorar e orar somente a Deus e a Cristo, jamais aos anjos.

Introdução

No v. 4 o apóstolo falou da superioridade do Filho de Deus sobre os anjos, a qual distingue a Jesus Cristo. Ele alicerça essa afirmação sobre o testemunho dos escritos do AT. Aqui ele já vê prefigurado aquilo que ele, como emissário do evangelho, tem de anunciar. No presente bloco ele arrola uma série de textos do AT em três rodadas de argumentação, a fim de sedimentar sua afirmação teológica sobre o Filho de Deus. (LAUBACH 2000 P. 21)

Por que Cristo é superior aos anjos?

1. Porque antes, Deus falava através dos profetas (Hb 1.1)
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas...”

2. Hoje, Deus fala através do Seu Filho (Hb 1.2)
“...nestes últimos dias, nos falou pelo Filho...”

Quem é o Filho de Deus? (Hb 1.2-3)

1. Ele é o herdeiro de todas as coisas v.2
2. Ele é criador do universo v.2
3. Ele é o resplendor da glória de Deus v.3
4. Ele é a expressão exata do ser de Deus v.3
5. Ele sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder v.3
6. Ele faz a purificação dos pecados v.3
7. Ele está assentado à direita da Majestade nas alturas v.3

Por estes motivos, “Ele se tornou tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles” v.4

Por que Cristo é superior aos anjos?

A. Porque Ele é o Primogênito
No AT o Primogênito tinha a supremacia entre seus irmãos. Ele era o filho amado, a ele competia a dupla parte da herança (Dt 21.17). Ele governava na família, os irmãos mais novos eram sujeitos a ele.
Aplicação: Também Jesus Cristo, como o Primogênito (Lc 2.7), é o Filho amado (Mc 1.11). É assim que o próprio Senhor afirma na parábola da vinha: “Restava-lhe ainda um, seu filho amado; a este lhes enviou, por fim” (Mc 12.6). Cristo é aquele que é amado incomparavelmente por Deus, ao qual foi entregue o governo do mundo. Por isso ele não é apenas o “Rei de Israel” (Jo 1.49), mas a ele estarão sujeitos todos os reis e governantes da terra (Ap 19.16).
Ao lado desse Primogênito, o Filho de Deus, o Pai coloca a “igreja dos primogênitos” (Hb 12.23), pessoas que receberam o “espírito de adoção” (Rm 8.15), uma multidão de irmãos que no seu ser foram feitos iguais, entre os quais Cristo é o Primogênito (Rm 8.29). O Primogênito é o amado e eleito, que foi chamado à soberania. Da mesma forma, a igreja dos primogênitos, a igreja de Jesus, é uma multidão de amados e eleitos, que será participante da soberania do Filho (Ap 20.6; 22.5). O Primogênito detém o ministério celestial de Rei e Sacerdote. De forma análoga também os membros da igreja dos primogênitos foram feitos por Deus reis e sacerdotes (Ap 1.5,6; 5.10). A unidade do Primogênito com a igreja dos primogênitos expressa-se de modo perfeito no fato de que a unidade de reinado e sacerdócio, profetizada no AT (Zc 6.13) é cumprida em Cristo e alcança o encerramento na comunidade aperfeiçoada e glorificada (cf. também a conexão de Sl 110.1,4).

B. Porque os anjos são entes que O adoram.

Os anjos glorificam diretamente a Deus
Os Anjos glorificam a Deus assim como os seres humanos:
I. Eles glorificam a Deus pelo que ele é em si e, pela Sua Excelência (Sl 103. 20; Cf 148. 2)
II. Os serafins continuamente louvam a Deus pela Sua santidade (Is 6.2-3)
III. Eles também glorificam a Deus pelo Seu grandioso plano de Salvação (Lc 2.14)
IV. Eles se alegram quando um pecador se arrepende (Lc 15. 10)
V. Eles contemplam a Jesus (1 Tm 3.16)


C. Os anjos são seres inferiores ou seres criados v.7
Quando os anjos foram criados?

Gn 2.1 “Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército”.

1. DIFERENTEMENTE DE DEUS, OS ANJOS SÃO SERES CRIADOS .
Às vezes tem sido negada a criação dos anjos, mas ela é ensinada com clareza nas Escrituras.
Sl 33.6: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles.”
Ne 9.6: “Só tu és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora.”
Sl 148. 2, 5: “Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas legiões celestes. [...] Louvem o nome do SENHOR, pois mandou ele, e foram criados. “
Cl 1: 16: “pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.”

Portanto, os anjos foram criados provavelmente entre o primeiro e o sexto dia da criação, pois, “em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou.” (Êx 20.11)(GEISLER 2010)

2) Os anjos são servos, tal como os ventos e o fogo.

Os anjos executam alguns dos desígnios de Deus
As Escrituras retratam os anjos como servos de Deus que executam alguns dos seus desígnios na terra.

I. Eles levam as mensagens de Deus às pessoas (Lc 1. 11-19; At 8. 26; 10. 3-8, 22; 27. 23, 24)
II. Eles executam alguns dos juízos de Deus:
a. Eles semearam uma peste em Israel (2 Sm 24.16-17)
b. Eles castigaram os líderes do exército assírio (2 Cr 32.21)
c. Eles feriram de morte o rei Herodes por não ter ele rendido glória a Deus (At 12.23)
d. Eles patrulham a terra como representantes de Deus (Zc 1.10-11)
e. Eles guerreiam contra as forças demoníacas (Dn 10.13; Ap 12. 7-8)
f. Eles derramarão as taças da ira de Deus sobre a terra (Ap 16.1)
III. Quando Cristo voltar, os anjos o ladearão como um grande exército acompanhando seu Rei e Senhor (Mt 16.27; Lc 9.26; 2 Ts 1.7)
IV. Um anjo irá segurar o dragão e o prenderá por mil anos (Ap 20. 1-3)
V. Um arcanjo irá proclamar a vinda de Cristo (1 Ts 4.16. Cf Ap 18. 1-2, 21; 19. 17-18) (GEISLER 2010)


CONCLUSÃO

Por que o autor de Hebreus necessitou demostrar que Jesus era maior que os anjos?
O fato de que cria importante fazer isto, mostra o lugar que a crença nos anjos ocupava no pensamento judeu da época, crença que na época aumentava. Isso se devia à impressão que causava nos homens o que se chama a transcendência divina. Cada vez se sentia com mais intensidade a distância e a diferença entre Deus e os homens. Sentiam que Deus se afastava cada vez mais, fazendo-se cada vez mais incognoscível e inacessível. O resultado era que tinham chegado a pensar nos anjos como intermediários entre Deus e o homem. Tinham começado a sentir que Deus estava tão afastado que não podia falar diretamente com o homem e vice-versa; e assim tinham começado a pensar nos anjos como pontes entre Deus e os homens... (Barclay P. 20)

A crença dos judeus em relação aos anjos:

I. Eles acreditavam que Deus falava aos homens por intermédio dos anjos. E que estes por sua vez levavam as orações dos homens a Deus.
II. Na época do Novo Testamento os judeus criam que Deus tinha entregue a Lei aos anjos e estes por sua vez a Moisés, porque já não era admissível uma comunicação direta entre Deus e os homens (Atos 7:53; Gálatas 3:19).
III. Havia milhões e milhões de anjos.
A. Anjos da presença (os arcanjos) eram sete e tinham nomes.
Entre os mais importantes menciona-se Rafael, Uriel, Fanuel, Gabriel (aquele que transmitia as mensagens de Deus aos homens) e Miguel (que regia os destinos de Israel).
IV. A função dos anjos era variada:
A. Trazer mensagens divinas aos homens para entregá-las e desaparecer imediatamente (Juízes 13:26)
B. Intervir em nome de Deus nos acontecimentos da história (2 Reis 19:35-36).
V. Duzentos anjos controlavam o movimento das estrelas e as mantinham em seus cursos.
VI. Um anjo controlava a interminável sucessão dos anos, dos meses e dos dias.
VII. Um anjo poderoso que controlava o mar.
VIII. Havia anjos da geada, do orvalho, da chuva, da neve, do granizo, do trovão e do raio.
IX. Havia anjos guardiães do inferno e torturantes dos condenados.
X. Os anjos escribas registravam num livro cada palavra proferida pelo mortal.
XI. Havia os anjos destruidores e punidores.
XII. Satanás era o anjo fiscal que durante 364 dias — à exceção do dia da expiação ou do perdão — contínua e assiduamente apresentava perante Deus acusações contra os homens.
XIII. O anjo da morte cumpria só por ordem de Deus um dever inexorável para com justos e pecadores.
XIV. Cada nação tinha à sua frente um anjo guardião que possuía a prostasia, quer dizer, o lugar de preeminência.
XV. Cada pessoa tinha seu anjo guardião, até os meninos (Mateus 18:10).

Com uma angelologia tão desenvolvida existia sim, o perigo real de que, na crença popular, se fizesse necessário haver anjos mediadores entre Deus e os homens. Portanto, nestas circunstâncias era necessário demonstrar que o Filho era muito superior a eles e que quem conhecia o Filho não necessitava de nenhum anjo mediador. (BARCLAY)

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