segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A Supremacia de Cristo.

Alvo desta Mensagem

Fornecer: Um pano de fundo da carta aos Hebreus e sua mensagem principal, identificando como Deus falou e tem falado;
Demonstrar: que Jesus é a essência da revelação cristã e fazer com que percebamos, que hoje, Deus nos fala através da pessoa de Cristo, da Palavra e da igreja;
Levar você: A aceitar a superioridade inquestionável de Jesus e adorá-Lo por quem Ele é e pela obra que realizou e ainda realiza em nós.

Introdução

Esta primeira mensagem nos abre a cortina, ou seja, ela nos apresenta o cenário e o contexto histórico da carta aos Hebreus, ela também responde cinco perguntas básicas sobre a carta. E revela por que Jesus Cristo é superior a tudo e a todos, incluindo homens e anjos.

Contexto Histórico:

“O cristianismo era praticado por judeus. Jesus era judeu, Seus discípulos eram judeus, e judeus eram os primeiros convertidos. Suas primeiras reuniões realizaram-se em sinagogas, e suas primeiras controvérsias referiam-se a leis judaicas. Os primeiros críticos consideravam o cristianismo uma seita. Todavia, para os primeiros cristãos crer em Cristo levantava muitas questões. E quanto ao templo e ao sacrifício de animais? E quanto a Moisés? Os cristãos deveriam negar tudo aquilo em que haviam crescido e acreditado? Era suficiente confiar apenas em Cristo?
O Antigo Testamento não respondia a essas perguntas. Portanto, os que viviam na época que o livro foi escrito precisavam de respostas imediatas. Pois, a tolerância logo daria lugar a tortura e execuções. [...] Crer em Cristo se tornaria uma questão de vida ou morte, e para os judeus cristãos seria irresistível a tentação de voltar à sua antiga vida, a não ser que pudessem ter a certeza de que haviam feito a escolha certa.” (RADMACHER; ALLEN E HOUSE 2010, P 635)

O duplo contexto cultural da carta aos Hebreus

I. O contexto cultural grego

O autor de Hebreus tinha em mente um duplo pano de fundo, e desses dois panos de fundo procediam suas idéias. Um pano de fundo de pensamento grego. Desde o tempo de Platão os gregos viviam obcecados pelo contraste entre o real e o irreal, o visível e o invisível, o temporal e o eterno. A idéia grega era que em alguma parte existe um mundo real do qual este mundo é só uma cópia imperfeita, pobre e velada. Platão pensava que em alguma parte existia um mundo de formas, idéias ou modelos perfeitos, dos quais cada coisa deste mundo é só uma cópia imperfeita. Para mencionar um simples exemplo, em alguma parte se conserva o modelo, a idéia ou a forma de uma cadeira perfeita da qual todas as cadeiras deste mundo são cópias inadequadas.
Dizia Platão: "O Criador do mundo desenhou e levou a cabo sua obra de acordo com um modelo imutável e eterno do qual o mundo é apenas uma cópia." Filo, que extraiu suas idéias de Platão expressava: "Deus sabia a princípio que nunca se poderia obter uma copia bonita, a não ser a partir de um belo modelo; que nenhum dos objetos perceptíveis pelos sentidos podia ser sem mancha se não estava modelado de acordo com um arquétipo e a uma idéia espiritual. Portanto, quando dispôs criar este mundo visível formou de antemão um mundo ideal para constituir o corporal de acordo com o modelo imaterial e semelhante a Deus."
Quando Cícero falava das leis que os homens conhecem e usam sobre a Terra dizia: "Não possuímos uma lei real e uma justiça genuína que sejam naturais; tudo o que desfrutamos é uma sombra e um esboço."
Todos os pensadores do mundo antigo opinavam que em alguma parte existia um mundo real do qual este mundo é só uma espécie de pálida sombra, uma cópia imperfeita. Aqui só podemos conjeturar e andar tateando; só podemos trabalhar com sombras e cópias imperfeitas. Mas no mundo invisível estão as coisas reais, perfeitas, o mundo tal como foi concebido por Deus. À morte do Newman foi-lhe erigida uma estátua em cujo pedestal se podiam ler as palavras latinas: Ab umbris et imaginibus ad veritatem. "Das sombras e aparências rumo à verdade." Se isto é assim então a tarefa importante desta vida consistirá em sair das sombras e imperfeições para alcançar a realidade. Isto é exatamente o que o autor de Hebreus anuncia: Jesus Cristo pode nos capacitar para obtê-lo. O autor de Hebreus podia ter dito aos pensadores gregos: "Durante toda a sua vida vocês buscaram a realidade e tentaram sair das trevas para chegar à verdade. Isto é justamente o que Jesus Cristo pode lhes capacitar a fazer".

II. O contexto cultural hebreu

O autor de Hebreus tem também um pano de fundo judeu. Para o judeu sempre era perigoso aproximar-se muito de Deus. Disse Deus a Moisés: “Porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá” (Êxodo 33:20). Jacó exclamou assombrado em Peniel: “Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva” (Gênesis 32:30). Quando Manoá se precaveu de quem tinha sido seu visitante disse aterrorizado a sua mulher: “Certamente, morreremos, porque vimos a Deus” (Juízes 13:22).
O dia da expiação constituía a grande data do culto judeu. Era o único dia do ano em que o sumo sacerdote entrava no santíssimo lugar onde se considerava que habitava a própria presença de Deus. Ninguém jamais entrava ali a não ser o sumo sacerdote e este somente neste dia. Ao realizar este ato a Lei pedia que não se demorasse muito no lugar santo "para que Israel não se aterrorizasse". Era perigoso entrar na presença de Deus; atrasar-se muito podia significar a morte (Cf Lc 1.1-10, 21).
Dentro deste contexto surgiu no pensamento judeu a idéia de uma aliança. A aliança significava que Deus em sua graça e por iniciativa própria — de uma maneira absolutamente imerecida — se aproximava do povo de Israel e lhe oferecia uma relação especial consigo. De uma maneira única eles seriam seu povo e ele seria seu Deus; era o modo de ter um acesso especial a Deus. Mas este acesso estava condicionado à observância da Lei que Deus lhes tinha dado.
Vemos como se cercou esta relação e aceitou-se a Lei na cena dramática de Êxodo 24 3-8. Assim, pois, Israel tinha acesso a Deus, mas só se observasse a Lei. Quebrar a Lei era pecado; o pecado interrompia o acesso a Deus e colocava perante Ele uma barreira. Para se derrubar esta barreira construiu-se todo o sistema do sacerdócio levítico e dos sacrifícios. A Lei tinha sido dada; o homem pecava; surgiam barreiras; se fazia o sacrifício destinado a restabelecer as relações rompidas, recuperar o acesso perdido e abrir de novo o caminho a Deus. Mas segundo toda a experiência da vida dos judeus, foi que o autor de Hebreus demonstrou que era precisamente isso que o sacrifício não podia conseguir. Era preciso repetir uma e outra vez os sacrifícios; os mesmos sacerdotes eram pecadores e deviam oferecer em primeiro lugar sacrifícios por seus próprios pecados; nenhum sacrifício de animal é capaz de tirar efetivamente a culpa do pecado. Portanto, A prova da ineficácia de todo este sistema estava em que os sacrifícios se deviam continuar ininterruptamente. O sacrifício era uma batalha perdida e ineficaz para remover a barreira que o pecado tinha colocado entre o homem e Deus.

O sacerdote perfeito e o sacrifício perfeito


O que os homens precisavam era de um sacerdote perfeito e de um sacrifício perfeito; alguém que pudesse oferecer um sacrifício que de uma vez para sempre abrisse o acesso a Deus. Isto é exatamente o que, no dizer de Hebreus, fez Cristo. Ele é o sacerdote perfeito porque é ao mesmo tempo homem perfeito e perfeito Deus. Em sua humanidade pode levar o homem a Deus e em sua divindade pode trazer Deus ao homem. Ele não tem pecado. O sacrifício perfeito que Ele oferece é o de si mesmo: um sacrifício tão perfeito que não precisa ser repetido jamais. Aos judeus o escritor de Hebreus dizia: "Durante toda a sua vida vocês estiveram buscando o sacerdóte perfeito que pudesse oferecer um sacrifício perfeito para recuperar o acesso a Deus e anular as barreiras para poderem viver para sempre na devida relação com Deus. Isto é o que têm em Jesus Cristo e só nele."

RESUMINDO

Aos gregos o autor de Hebreus dizia: "Vocês andam buscando o caminho para sair das sombras para a realidade; vocês o encontrarão em Jesus Cristo."

Aos judeus o autor dizia: "Vocês andam buscando o sacrifício perfeito que lhes abra o caminho a Deus fechado por seus pecados; vocês o encontrarão em Jesus Cristo."

Para o autor de Hebreus, Jesus era a única pessoa na Terra que dava acesso à realidade e a Deus. Este é o pensamento-chave de toda a Carta.

I. Conhecer melhor a carta aos Hebreus

A. Porque a carta foi escrita?
I. Para encorajar crentes a permanecer firmes na fé, apesar das adversidades.
II. Para incentivar a perseverança durante as provações.
III. Para apresentar Jesus como superior Profeta, Sacerdote e Rei.

B. Qual a data em que esta carta foi escrita?
Provavelmente foi escrita entre 65 -70 d.C.

C. Quem é o autor desta carta?
O autor é desconhecido, mas com certeza foi inspirado por Deus.

D. Quem eram os leitores desta carta?
Crentes judaicos com profundo conhecimento das Escrituras do AT.

E. Qual é a mensagem da carta?
“O escritor de Hebreus pretende demostrar que o cristianismo é o verdadeiro sucessor do judaísmo. Ele centra seu enfoque em três tópicos...”
I. A superioridade de Jesus aos profetas e anjos (Hb 1.1-2, 18);
II. A superioridade de Jesus a Moisés e Josué (Hb 3.1-4, 13);
III. A superioridade da fé cristã (Hb 11.1-13, 25).(RADMACHER; ALLEN E HOUSE 2010, P 636)


“Segundo o escritor de Hebreus, tudo isso aponta para a supremacia e suficiência de Cristo. {Para ele} A verdadeira espiritualidade é alcançada pelo acesso a Deus (Hb 7.19; 10. 19-22); e essa espiritualidade somente pode ser encontrada mediante o Filho de Deus, Jesus Cristo. {Assim} O livro estabelece a supremacia de Cristo sobre tudo (Hb 1.1-4; 9.11-14). {Pois}, Seu sacrifício foi suficiente para tirar todos os nossos pecados; {Portanto} Ele é tudo de que precisamos para chegarmos a Deus” (RADMACHER; ALLEN E HOUSE 2010, P 636)

Cronologia para o Livro de Hebreus
 Ano 50 d. C – Concílio de Jerusalém (At 15. 1-29)
 Ano 51 d. C – Barnabé e João Marcos, Paulo e Silas partem em viagem missionária (At 15.36-41)
 Ano 53 d. C – Apolo prega em Éfeso e Corinto (At 18.24; 19.1)
 Ano 60 - 62 d. C – Paulo é preso em Roma (At 28. 16.30)
 Ano 64 d. C – Perseguição de Nero ao cristianismo
 Ano 67 d. C – Pedro e Paulo são executados
 Ano 70 d. C – O templo em Jerusalém é destruído
(RADMACHER; ALLEN E HOUSE 2010, P 637)

Tema: A Supremacia de Cristo:
Sub-Tema: Cristo é Superior aos Profetas Hb 1.1, 2

Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.

A. Deus falou e continua falando (Hb 1.1)

1. Como Deus falou ontem (Hb 1.1)

Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas...

A expressão muitas vezes se refere a períodos da história do Antigo Testamento, e muitas maneiras se refere aos diferentes métodos que Deus usou para se comunicar, entre os quais {estão} visitações, sonhos, sinais, parábolas e acontecimentos. (RADMACHER; ALLEN E HOUSE 2010, P 637).
“O autor prefere começar comparando Jesus com os profetas, porque sempre se creu que estes estavam no segredo de Deus. Muito tempo antes Amós havia dito: “O SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Amós 3:7). Filo diz que "os profetas são intérpretes do Deus que os usa como instrumentos para revelar aos homens o que quer." [...] {No entanto}, Deus não poderia revelar mais do que os homens pudessem entender. Porque a revelação de Deus vem através de mentes e corações humanos. E isso é exatamente o que via o autor de Hebreus. Diz que a revelação de Deus, a verdade, veio muitas vezes (polymeros) e de muitas maneiras (polytropos). Notemos dois pensamentos.
(1) A revelação dos profetas tinha uma variedade tão grande que fazia dela algo tremendo. Em cada época em que agiam adaptavam a mensagem às circunstâncias, fazendo ressaltar aquela faceta da verdade que resultava essencial para os homens aos quais falavam. Nunca se tratava de algo estático, passado de moda; algo carente de relação ou incompreensível; sempre era algo adequado às necessidades de cada época.
(2) Ao mesmo tempo, essa revelação era fragmentária e devia apresentar-se em forma tal que pudesse ser entendida apesar das limitações da época. [...] Uma das coisas mais interessantes é ver como várias vezes os profetas se caracterizam por uma idéia determinada. Por exemplo, Amós é "um clamor pela justiça social". Isaías retratava a “santidade de Deus”. Oséias, [...] descobriu a maravilha do “amor do Deus que perdoa”. Portanto, Cada profeta, a partir de sua própria experiência de vida, e da experiência de Israel, captava e expressava um fragmento, uma parte da verdade de Deus. Portanto, fica claro que Nenhum profeta tinha captado todo o círculo completo da verdade...”

2. Como Deus fala hoje (Hb 1.2)

...nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.

Pelo filho. Essa expressão poderia ser traduzida por uma pessoa tal como um Filho. A ênfase aqui se dá no caráter da revelação. É uma revelação do Filho, nem tanto sobre o que ele disse, mas sobre o que Ele é e o que fez.
Jesus não era uma parte da verdade; era a verdade inteira; não era uma revelação fragmentária de Deus, mas sim sua revelação completa. NEle Deus não mostrava alguma faceta de sua verdade; revelava-se Ele próprio plenamente aos homens. Além disso, os profetas tinham usado vários métodos [...] humanos para transmitir uma parte da verdade de Deus. Porém, isto era diferente no caso de Jesus. Jesus revelou a Deus sendo Ele mesmo Deus. [...] A revelação dos profetas foi grande e múltipla, mas fragmentária e oferecida através de métodos que podiam achar para fazê-la efetiva; mas a revelação de Deus em Jesus era completa e estava apresentada em Jesus mesmo. Em outras palavras, os profetas eram os amigos de Deus, mas Jesus era o Filho; os profetas captaram parte da mente de Deus, mas Jesus era a própria mente de Deus. Note-se que o autor de Hebreus não pretende diminuir os profetas; seu propósito era deixar bem assentada a supremacia de Jesus Cristo. Não diz que há uma ruptura entre a revelação do Antigo Testamento e a do Novo; dá ênfase ao fato de que há continuidade: uma continuidade que termina na consumação.

III. Por que Jesus é superior aos profetas? (Hb 1.2-3)
Neste texto vemos sete fatos acerca de Jesus

1. Deus O constituiu herdeiro de todas as coisas v.2

Herdeiro de tudo. Jesus é o herdeiro de todas as coisas, pois é o próprio eterno Filho de Deus (Is 9. 6, 7; Mq 5.2). Sua herança é o domínio universal. Há de reinar sobre todos e tudo (Rm 4. 13; Ap 11.15).
A supremacia de Cristo será revelada na consumação do século. Porque “...nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.” (Cl 1.16). Cristo é o primogênito de Deus (v.6), o herdeiro preeminente, cujos inimigos serão postos por estrado dos seus pés (v. 13).

Aplicação: Como filhos de Deus, adotados por intermédio de Jesus, nós também somos herdeiros junto com Cristo, pois, o verso 14 deste capítulo declara que “os anjos são espíritos ministradores enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação”, e no capítulo 6. 12, 17 o autor relata que nós não devemos nos tornar indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdaram as promessas. Porque o próprio Deus quando quis mostrar firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito jurou por si mesmo por não ter nada maior pelo que jurar. Portanto, “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque nós somos filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! De sorte que já não somos escravos, porém filhos; e, sendo filhos, somos também herdeiros por Deus” (Gl 4. 4-7).
“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebemos o espírito de escravidão, para vivermos, outra vez, atemorizados, mas recebemos o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8. 14-19)

2. Foi através do Filho que Deus fez o universo v.2

Fez também o universo, ou mundo. A palavra grega para mundo pode significar também séculos. Assim, mundo indica aqui tanto o universo criado quanto o tempo todo ao longo de todas as épocas. O Filho é o Senhor de toda a história com Mediador junto ao Pai.

 A criação é uma doutrina importante da Bíblia. É a primeira coisa declarada (Gn 1.1) e uma das últimas que foram ressaltadas (Ap 4.11; 10.6; 21.5; 22.13). Na Bíblia, há centenas de referências à Criação e ao Criador, cobrindo a Vasta maioria dos livros de Gênesis ao Apocalipse. A criação física não só inclui os objetos inanimados, mas também todos os seres vivos.
 Base Bíblica para a Criação: A palavra criar (bara) é usada com relação a três grandes acontecimentos em Gênesis: (1) A Criação da Matéria (Gn 1.1), (2) a criação dos seres vivos (Gn 1.21),e (3) A Criação dos seres humanos (Gn 1.27).
A criação da Matéria (O Universo): “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gn 1.1). Com estas palavras majestosas, as escrituras começam a descrever a origem de todas as coisas, e a criação é a fundação de tudo o mais que vem a seguir. Esta grande declaração do ato divino inicial é exclusivamente monoteísta. Esta é a referência à criação a partir do nada (ex nihilo)...
A Origem da Matéria: “Deus é espírito” (Jo 4.24). Como tal, Ele é o Deus “invisível” (1 Tm 1.17). Na verdade, “Deus nunca foi visto por alguém” (Jo 1.18). Deus é invisível e imaterial (1 Tm 6.16), e, como Espírito, Ele não tem “carne nem ossos” (Lc 24.39). Ele é incorpóreo e puramente espiritual. Porém o universo que Deus criou é visível e material (Hb 11.3; este universo pode ser visto e controlado, sendo físico e tangível. Pois, ele tem espaço (qualidade espacial) e tempo (qualidade temporal); ele possui “aqui” e “agora”. Além disso, tem matéria que esta estendida por todo o espaço e o tempo. Tem “partes” ou partículas com espaços entre elas.

A ciência moderna descreve o “material a matéria do universo em termos de átomos de energia física com partículas e cargas constituintes. Conforme experimentam os seres humanos, a matéria é sensível, tangível e visível. É o lado duro e objetivo que inclui o nosso ambiente. Está lá; temos de controlá-la de modo próprio ou então nos chocaremos contra ela, a terra é tangível, como são as estrelas e os planetas. Portanto, confirma a revelação de Deus. E tudo isso foi criado por Cristo “no princípio”. E “todas as coisas foram feitas por Ele” (Jo 1.3). Por intermédio de Jesus, Deus criou “todas as coisas [...] visíveis e invisíveis” (Cl 1.16). Ele criou “os céus e a terra”. A criação que Ele fez inclui a “Terra”, os “Mares” (Gn 1.10) e todas as plantas e animais (Gn 1.6-26). Também inclui o ser humano que foi feito do pó da terra (Gn 2.7) (GEILER, 2010. P 933-934).

3. O Filho é o resplendor da glória de Deus v.3

O Filho é o resplendor da sua glória de Deus. Isso significa ser o Seu brilho emanado da glória essencial de Deus (Jo 1.14; 2 Co 4.4, 6). O autor de Hebreus enfatiza que esse brilho não é refletido, como da luz da lua, mas sim um brilho inerente, como dos raios do sol. O brilho glorioso de Jesus se deve ao fato de ser ele Essencialmente divino.

Aplicação: A Jesus pertence a glória original de Deus; é seu resplendor. Este é um pensamento sublime. Jesus é a glória de Deus. Vemos, pois, com clareza meridiana que a glória de Deus não consiste em esmagar os homens e tiranizá-los, reduzindo-os a uma servidão abjeta, mas em servir aos homens, amá-los e, finalmente, morrer por eles. A glória de Deus não é a glória do poder destruidor, mas sim a do amor que sofre.

4. O Filho é a expressão exata do ser de Deus v.3

A expressão exata do ser de Deu: esta locução expressa imagem e ela ocorre somente nesta passagem do Novo Testamento. Ela significa representação exata ou natureza exata.
O autor considera Jesus o carakter da mesma essência divina, de sua substância, de seu ser. Agora, em grego carakter tem duas acepções; significa primeiro um selo e segundo, a marca ou impressão que o selo deixa na cera. A impressão tem a forma do selo e reproduz exatamente e em detalhe sau forma. Quando o autor de Hebreus diz que Jesus é o carakter do ser de Deus quer afirmar que em Jesus encontra-se a imagem mesma e expressão exata de Deus. Assim como na impressão vê-se como é o selo que a fez, assim também em Jesus vê-se exatamente como Deus é.
O Filho é a representação exata de Deus porque é o próprio Deus (Cl 1.15). Pois, ele possui a mesma natureza de Deus. Por isso, pôde afirmar com convicção: “quem me vê a mim, vê o Pai (Jo 14.9.)

5. O Filho sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder v.3

Sustentando significa suportando ou carregando. Esta frase denota que Jesus está conduzindo todas as coisas de modo a cumprir a vontade do Pai. Significa que Ele está conduzindo tudo para o grande e terrível dia do Senhor, que será o dia do Julgamento. Porém, temos que compreender que Jesus não é apenas o criador do universo, Ele também governa o universo, pois, as leis da natureza estão sob o Seu comando. No entanto, o autor deixa claro que todas as coisas que hoje existem são sustentada pela palavra poderosa do Senhor Jesus.

6. O Filho fez a purificação dos pecados v.3

A Jesus pertencia a obra redentora. Ele levou a cabo a necessária purificação do pecado dos homens. Com seu sacrifício pagou o preço e com sua presença contínua liberta do pecado. Pois, Purificar significa limpar. Isto quer dizer que a glória da redenção é muito maior do que a glória da criação: o filho de Deus não veio para nos ofuscar com Seu esplendor, mas para nos purificar dos nossos pecados.

7. O Filho está assentado à direita da Majestade nas alturas v.3

De Jesus é a exaltação mediadora. Está sentado ao lado de Deus, à direita da glória de Deus; mas o tremendo pensamento do autor de Hebreus é que Jesus não está ali para ser o juiz, senão para interceder por nós; a fim de que quando nos apresentarmos perante Deus, não ouçamos a acusação da justiça divina, mas sim o amor de Deus interceder por nós.

Aplicação: Você conhece alguém maior do que esse Jesus Cristo que nós cremos e pregamos?
Você conhece alguém do tamanho Desse que Jesus que acabamos de retratar? Ele possui essas características?

Conclusão

Deixemos que F.F. Bruce conclua esta mensagem: “Portanto, a grandeza do Filho de Deus recebe sete confirmações e parece que Ele possui em si mesmo todas as qualidades para ser o mediador entre Deus e os homens. É o Profeta através do qual Deus tem falado Sua palavra final aos homens; é o Sacerdote que tem levado a cabo uma tarefa perfeita de purificação dos pecados de seu povo; é o Rei que se assenta entronizado no lugar de honra principal, ao lado da Majestade, nas alturas” (La Epístola a los Hebreos, Buenos Aires: Nueva Creacion, p.8).

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